Uma flor nasceu na rua!
(...)
Passem de longe, bonde, ônibus, rios de aço do tráfego
Uma flor ainda desbotada
Ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
Garanto que uma flor nasceu
Sua cor não se percebe
Suas pétalas não se abrem
Seu nome não está nos livros
É feia. Mas é realmente um a flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo, o ódio.
Carlos Drummond de Andrade
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